O “Setembro Amarelo” é uma das campanhas nacionais mais famosas, com forte repercussão nas redes sociais, empresas, instituições de ensino e nos meios de comunicação. O objetivo é promover o debate sobre saúde mental e a prevenção ao suicídio, trazendo a depressão para o centro das discussões. Mas, a psicóloga e professora da UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau Maceió, Sabine Heumann, alerta que é muito importante que essa temática não seja discutida somente em setembro.
“Por vezes, a campanha sofre algumas críticas, justamente por ficar muito concentrada em setembro e, quando o mês acaba, as coisas acabam voltando a ser como eram e as temáticas da saúde mental e da depressão voltam a serem tratadas como algo menor. São comuns comentários que reforçam que depressão é falta de vontade de fazer as coisas e, até mesmo, falta de Deus no coração. Essas reações só dificultam mais as coisas para quem está em situação de sofrimento psicológico”, afirma Sabine.
Mas, como sensibilizar a população sobre saúde mental e prevenção ao suicídio durante todo o ano? Segundo Sabine, quando se fala sobre essa temática é necessário ter muita clareza que não se trata diretamente do ato de tirar a própria vida, quando alguém já está em um estado avançado de sofrimento. “Discutir prevenção ao suicídio é falar dos cuidados com a saúde mental, da importância de saber lidar com os sentimentos ruins e com as diferenças das pessoas e falar sobre os perigos do bullying e dos preconceitos, por exemplo”, explica.
“Precisamos lembrar, constantemente, da importância de buscar ajuda de um psicólogo ou outro profissional da saúde mental quando necessário, ter cuidado com as relações, buscando sempre aquelas que fortaleçam a nossa saúde mental. Temos que cuidar da vida como um todo, tendo um trabalho que proporcione felicidade e relações que ajudem a promover a saúde da nossa mente. Também é papel das empresas promoverem ações nesse sentido”, fala Heumann.
Por fim, a psicóloga lembra prevenção ao suicídio, diferente do que muita gente pensa, não é algo a ser tratado apenas individualmente. “Precisamos ter esse cuidado enquanto sociedade, pois existem muitas coisas do coletivo, como bullying e preconceitos, que acabam impactando de uma forma negativa nas pessoas e dificultando o processo de cuidado com a saúde mental”.