Realizada a cada dois anos, a Bienal de Veneza é a mais importante mostra de arte do mundo e reúne instalações de artistas e curadores de diferentes países e culturas. Sua 60ª edição foi aberta em 20 de abril e ficará até 24 de novembro de 2024.
A temática desta edição “Foreigners Everywhere” (estrangeiros em todos os lugares), aborda questões como desterritorialização, marginalização e violação de direitos. Diversos pavilhões compõem toda a galeria dividida em dois espaços: Giardini e Arsenale. A curadoria feita pelo brasileiro Adriano Pedrosa foca na alta concentração de pinturas e obras têxteis e na reparação em relação aos artistas que não tiveram em vida o devido reconhecimento de seu trabalho, um dos pontos abordados em seu núcleo histórico.
No Espaço Central (Giardini) e no Arsenale, a Exposição Internacional está dividida em duas seções: o Núcleo Contemporâneo e o Núcleo Histórico. Entre eles o Brasil se faz presente com exposições voltadas aos povos originários. No Núcleo Contemporâneo, a mostra foca em diferentes temáticas com artistas queer, outsiders, populares, autodidatas e indígenas.
Na entrada da exposição principal do Giardini, um surpreendente mural pintado pelo MAHKU (Movimento dos Artistas Huni Kuin) recebe os visitantes e revela outro ponto fundamental desta edição: a grande presença indígena.
O pavilhão do Brasil nesta edição da Bienal foi rebatizado de pelos curadores Arissana Pataxó, Denilson Baniwa e Gustavo Caboco Wapichana. O termo da língua patxohã é usado pelos Pataxós para se referirem ao território brasileiro depois da colonização. “Finalmente, uma história inviabilizada pelo estado brasileiro chega aos sentidos do público de Veneza para que, assim, haja uma espécie de reparação à memória dos povos colonizados no Brasil. A expectativa é que esse seja apenas o começo de uma nova história na arte brasileira”, conta Baniwa para a Bazaar.